
Muita gente que vem em consulta não costuma sentir muita fome no período da manhã. Algumas pessoas se sentem até meio enjoadas quando acordam. E normalmente essas mesmas pessoas são as que referem sentir mais fome a noite e também as mesmas que procuram o acompanhamento profissional para emagrecer.
A fome noturna não é algo incomum. Aliás, é inclusive mais comum do que aqueles que acordam esfomeados pela manhã. Pensando nisso foi realizado um estudo com voluntários saudáveis, homens e mulheres, publicado em 11 de junho no JCEM, sobre os efeitos metabólicos do jantar tardio. Durante um período de acompanhamento, foram dosados alguns elementos no sangue dos participantes e o que se observou foi que esse hábito aumentou a glicemia durante o período de sono – em que o metabolismo basal fica mais lento – além de atrasar o pico de triglicerídeos. Houve ainda um aumento do cortisol plasmático. Cronicamente, esse hábito pode induzir a uma intolerância noturna a glicose – um dos desencadeantes do DIABETES – e da metabolização das gorduras, principalmente em quem dorme mais cedo.
Em conclusão, além de o jantar tardio poder, ao longo do tempo, levar a obesidade, ele pode também levar as próprias complicações associadas a ela, como dislipidemia (colesterol aumentado) e diabetes.
Isso é mais provável porque seu metabolismo diminui, aumentando o açúcar no sangue e outros produtos químicos que contribuem para o ganho de peso e o diabetes tipo 2, dizem os pesquisadores.
Não é apenas o que você come, mas quando você come isso pode ser um fator na promoção de condições como a obesidade. Você pode comer esse mesmo número de calorias nesse período de 24 horas, mas seu corpo manipulará essas calorias de maneira diferente, dependendo da hora em que você as come.